AUTOR E OBRA

    Com oito anos de idade, escrevi uma história sobre meu cachorro em 20 página aproximadamente; logo em seguida, gostando da ideia de escrever, uma segunda contando sobre minha paixão por gatos foi escrita. Ambos foram vendidos na "Feira do Livro" da escola, onde professores apoiavam.
    Nascendo em família de professores, avó formada em História, mãe em Letras e Língua Inglesa e irmão em Biologia, ler sempre foi uma paixão, tanto que escrever também se tornou. De redações na escola, dois 'livros' sobre animais, com onze anos o desejo de escrever algo mais elaborado e complexo despertou, mas, como era, e ainda acho, difícil começar a escrever, sempre adiava o dia em que começaria o primeiro capítulo.
    Certa noite, estava sentada a frente do computador, na casa de minha avó, esperando a internet lenta carregar o velho Orkut, decidi que era o dia certo. Não queria que ninguém soubesse, pois garanto que 90% das pessoas passaram por isso: você tira uma nota boa e sua mãe sai falando aos quatro ventos que você é muito inteligente, etc. então, por esse motivo eu queria segredo.
    Abri o site do Hotmail com o pensamento "É a hora!" cliquei em "Nova Mensagem" e comecei a escrever. O primeiro capítulo nasceu em uma página de rascunho (de mensagem) do Hotmail. Por não ter minha própria conexão, frequentemente pedia a minha vó para usar a dela e lá ia a Cecília direto no Hotmail, escrever mais um pouco. Até que finalmente usei a cabeça e comecei a salvar no pendrive, assim eu poderia escrever em casa.
    Ainda mantendo segredo, esperava que minha mãe saísse de casa para ligar o computador, conectar o pendrive e abrir o arquivo "Rupert Jones e os Anéis do Segredo" - sim, podem rir. - Eu comecei a sonhar grande, uma saga com 10 livros, porque não queria que fosse comparada a Harry Potter e/ou As Crônicas de Nárnia com 7 livros. Mas e ideia pra tudo isso?
    Frequentemente perdia páginas e mais páginas. Uma vez o pendrive queimou e lá se foram as minhas primeiras 100 páginas. Eu chorei, confesso. Você ver seu trabalho indo junto com um pendrive queimado não é legal. [kk]. Mas não desisti. Comecei a passar tudo para um caderno antigo de Matemática, mas comecei a escrever a partir da última folha, quem pensaria em olhar um caderno de trás para frente?
    Ali eu escrevi mais 100 folhas - [tempo em que minha mão doía e eu não sabia o porque... escreve, escreve, escreve, rabisca.] - e datava cada uma. Comecei a perceber que meus personagens estavam um tanto ridículos, e a história muito parecida com Harry Potter. Descartei tudo.
    Recomecei. Reescrevi em um ano, enredo e personagens mais elaborados, dando origem ao Steeve Hunter e os Anéis do Segredo - podem falar que eu gostava muito de anel... Mas o título não tinha nada relacionado com o restante.
    Contei pra mamãe', mamãe contou pra titio, titio resolveu publicar. Disseram-me: escrita com tantos pontos de vista não publica. Lá fui eu reescrever.
    Reescrevi o prólogo em terceira pessoa do singular. Desisti. Li o livro, falei: ''que belo lixo''. Descartei. 
    Peguei uma folha A4 e comecei a enumerar o que eu queria na história, ao final de um mês já estava pronto, mas o ápice, o que seria? Então, lá estava eu - como sempre fui viciada em Sambas de Enredo - ouvindo o samba concorrente da Mocidade Independente de Padre Miguel de 2010 e veio a resposta. O Éden.
    Por que não criar um 'paraíso'? Por que ao invés de criar uma religião, não usar a mitologia egípcia? Por que não dizer que Rá criou um paraíso, governado pelos deuses egípcios? 
    Decidido o que seria da saga, faltou o nome do Paraíso.  Sempre fui péssima para nomes... [perceberam né?] Então fiz o mais óbvio, misturei as letras de éden. Need? Não, já existe em inglês. Mas espere aí... Need? Rá viu a necessidade de criar um Paraíso... Por que não mais uma inicial de uma palavra em inglês relacionada aos céus? Por que não colocar uma única letra para diferenciar? Needh, nasceu. 
    Agora posso começar a reescrever. - você pensou, certo? - errado, descartei tudo de novo. Criei um mito, criei outras coisas ao redor de Needh e os deuses e finalmente comecei a reescrever. Durante o processo, o nome do livro, qual seria? Essa pergunta não saía da minha cabeça.
    Então estava eu assistindo pela milésima vez ACDN: Príncipe Caspian. [Ben Barnes gatão, então...] e o centauro me fala em 'firmamento'. Logo minha mente processou, o paraíso... Rá... O Firmamento de Rá. E se para a existência de Needh chegar ao conhecimento dos meros mortais fosse através de guardiões que protegessem o lugar? Por que não Guardiões do Firmamento?
    Steeve Hunter e os Guardiões do Firmamento. Excelente. Mas a outra parte da minha cabeça discordou. 'Chega Cecília! Inovar, conhece essa palavra? Pra que colocar o nome do personagem no título, bobeira!'. Depois de uma discussão comigo mesma cheguei a conclusão. Steeve Hunter no título é o excremento. [pra não dizer shit]. Guardiões do Firmamento, sem mais. 
    Um primeiro livro pronto a ser publicado, só o início, como tudo começou, uma base para quem lesse entendesse o que realmente eu queria contar, por que não A Sina dos Guardiões? Sim um grande começo.
    Guardiões do Firmamento: A Sina dos Guardiões. E agora, só esperar a data do lançamento para passar para você que merece 'os parabéns, leu até aqui e aguentou a chata da autora. E o mais importante, sem aquele pré-conceito a respeito de autores nacionais.


   

2 comentários:

  1. Quero comprar o livro, mocinha. E autografado.
    Parabéns!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. hehe Obrigada [e consequentemente por me mostrar que esse blog ainda não está excluído - eu jurava que estava o.O]

      Excluir